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11 de julho de 2013

Evangelho explosivo


Estávamos lá, sentados, Seu Francisco e eu, prontos para ouvir e aconselhar. Somos voluntários da mesma equipe, apesar de ele ser no mínimo quarenta anos mais velho que eu. Nesses intervalos sempre conversamos a acabamos nos conhecendo melhor. O dia em que resumidamente conheci a história dele, passei a admirá-lo ainda mais.

Seu Francisco é um empresário falido, de pelo menos cinco empresas de porte médio. Ambicioso, empreendedor e atualizado, trabalhou com ardor e teve fartura. Mas a vida o deixaria à mercê. Sua ambição por riqueza, posses, e o vício em jogos o levou à falência “não gosto nem de lembrar, só de lembrar já dá tristeza”. Foi quando resolveu voltar para o Deus de seus 17 anos. Apesar do passar de anos, tamanhos tropeços, agora na terceira idade, esse Deus não mudara como ele, continuava o mesmo, e o aceitou.


Numa conversa em outra ocasião descobri no que aquele antigo homem ambicioso havia se tornado “não era pra existir gente ‘pobre’ na igreja”. Ele argumenta sobre o que a igreja faz no mundo, se deixa até “os seus” com fome. Tudo isso sem contar seus planos para casa do idoso, trabalho de evangelismo com prostitutas e a vontade de concluir os estudos, ele parou no quarto ano do ensino fundamental.

A mensagem do evangelho continua ofuscada em nós enquanto nossa ambição for calcada no “eu”. E é só sendo criança de novo, não na inocência, mas na incompetência, dando todo direito a Deus de agir é que alcançaremos o seu reino. Preocupei-me demais comigo esses dias; concursos, compromissos, e me senti só e sem apoio. Logo descobri o quanto mais precisavam de mim e não me vi mais só.

A Bíblia afirma que o evangelho é o “dunamis” [poder] de Deus para a salvação de todo aquele que crer. É deste termo que vem a palavra dinamite. A explosão que é essa boa notícia, causa tamanho caos que somos obrigados a recomeçar dos escombros: nova vida, novos modos, novos sentidos, nova fé, novo caminho. E não mais conduzimos este barco, mas somos conduzidos pela maré da Graça que habita em nós pelo Espírito.

Não é só para a salvação, mas para uma novidade de vida: evangelho. Foi ele que alcançou o Seu Francisco ambicioso-egoísta, e fez dele o inverso, alguém que se importa com os pobres. É este evangelho que nos constrange a tirar os olhos do nosso umbigo e olhar para baixo, para lavar os pés e servir.

Mateus Octávio Alcantara
Fonte: Ultimato jovem

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