“Alegre-se, jovem, na sua mocidade! Seja feliz o seu coração nos dias da sua juventude! Siga por onde seu coração mandar, até onde a sua vista alcançar; mas saiba que por todas essas coisas Deus o trará a julgamento”. [Ec 11:9] Esse versículo, figurinha carimbada em mensagens para jovens, me fez repensar sobre seu real significado. Não que o tenha interpretado errado antes, mas, ele me chamou a atenção para a conclusão.
Na versão em inglês, com tradução feita livremente por mim, ele diz mais ou menos o seguinte: “vocês que são jovens, fiquem felizes enquanto ainda são jovens, e deixe seu coração dar a vocês alegrias em sua juventude. Siga os caminhos do seu coração e qualquer coisa que seus olhos vejam, mas saibam que por todas essas coisas Deus vai trazer em julgamento sobre vocês”.
Da forma em que foi escrito em inglês, esse versículo se torna bem interessante. É como se o autor estivesse dizendo: “façam o que vocês estiverem a fim de fazer, curtam a vida adoidado… mas, lembre-se que Deus está vendo tudo o que fazem”.
Da forma em que foi escrito em inglês, esse versículo se torna bem interessante. É como se o autor estivesse dizendo: “façam o que vocês estiverem a fim de fazer, curtam a vida adoidado… mas, lembre-se que Deus está vendo tudo o que fazem”.
Alguns pais têm essa técnica de educação. “Faça o que quiser, mas eu não gostaria que você fizesse”. Palavras que não vem do nosso coração, mas que mostram um convite ao equilíbrio, e, mais ainda, um dos indícios da graça no
Antigo Testamento. A graça nos dá liberdade de fazermos o que quisermos, sem regras para conquistar a salvação ou agradar a Deus. E é exatamente o que a graça faz que as pessoas entendem equivocadamente, na maioria das vezes.
Posso parecer radical demais. Mas, falo dessa forma porque, de fato, muitas pessoas não entendemgraça. Acham que é desculpa para pecarmos desenfreadamente. Paulo já sofria com esse problema, como vemos em Romanos 6:1: “Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente?”. Ele mesmo responde a pergunta no versículo seguinte: “De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?”.
Não preciso dizer muita coisa após essa objetiva e clara explicação de Paulo, mas, sinto-me no dever de voltar ao versículo que ilustra o post. O que o autor de Eclesiastes disse foi o que Paulo disse, de outra forma. E ele entendia a natureza radical da juventude. Tendemos a ser extremos em tudo que fazemos. Não conseguimos curtir a vida sem ser de forma adoidada. Não conseguimos seguir regras sem nos tornarmos legalistas. Claro, como eu disse, isso é uma tendência natural da juventude.
O convite ao equilíbrio é o convite da graça exatamente porque a graça nos convida a esse equilíbrio. Pelo sacrifício de Jesus somos livres para fazermos qualquer coisa, não estamos presos no pecado nem nas rígidas regras que o legalismo tenta nos impor. Mas lembremo-nos que a graça não é de graça. O sacrifício de Jesus jamais poderá ser pago por nada que façamos. A única forma que vejo de viver, depois de conhecer a graça, é o equilíbrio. É me alegrar plenamente em Jesus para que Ele seja mais glorificado, como diz o pr. americano John Piper. E é viver em obediência porque reconheço a importância do sacrifício de Jesus na cruz por mim, pelos meus pecados.
Obviamente, reconheço que não é fácil encontrar esse equilíbrio. Demora até acharmos o centro gravitacional de algumas coisas. Mas é preciso. É a graça que nos capacita, não nossos próprios esforços. Isso não significa que devemos ficar inertes esperando o equilíbrio, mas saber, em nossa busca, que não somos nós que alcançamos o equilíbrio, mas Ele que nos ajuda a encontrá-lo.
Viver sabendo que Deus trará julgamento sobre meus atos não deve ser motivo para viver assustado, mas sim de viver em gratidão a Ele e aceitar o convite ao equilíbrio que Ele nos enviou por graça.
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por Dani Nogueira
por Dani Nogueira
Fonte: Ultimato jovem
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