UMADENORTE: Meu relacionamento é de Deus?

19 de junho de 2012

Meu relacionamento é de Deus?

Bom, depois de muitos e-mails recebidos pelo formulário do nosso site, eu percebi que grande parte deles inclui , alguma coisa sobre qual seria a vontade de Deus para o relacionamento que a pessoa vive ou está pensando em viver.

Num deles dizia: “Conheci o “fulano” na Internet há algumas semanas/meses e é evidente para nós que nossa relação é de Deus”, ou quando em outros acabam com a pergunta: ” Como saber se esse relacionamento é da vontade Deus?”

Certamente que eu acredito na vontade de Deus e sei que Cristo disse que deveríamos sempre buscar a vontade do Senhor para nossas vidas. No entanto, normalmente vejo transparecer nesses e-mails alguma pressa nessas mulheres em buscar a vitória tão desejada.

Outros e-mails que recebo falam de histórias de cortar o coração, onde: no começo do relacionamento tinha-se a certeza de que a relação era da vontade de Deus mas o casamento, ou sexo, ou rejeição ou qualquer outro motivo emocional, está acabando com a relação e, então, a pessoa acaba ficando muito confusa, quando não fica muito abalada né?

Deixe-me dividir com você algumas idéias relacionadas a vontade de Deus e o relacionamento afetivo, principalmente aqueles que envolvem Internet.

Se você se pegar falando de casamento depois de alguns e-mails e você nunca encontrou a pessoa frente-a-frente, eu não acredito que a vontade de Deus possa ser conhecida nesse momento. Vá devagar e deixe que o tempo revele a você se esse é o melhor, o relacionamento certo para você.

Deus usa outras pessoas de nossas vidas para confirmar Sua vontade para nós. Não, elas não são perfeitas mas podem nos dar ótimos conselhos. Não peça opinião para alguém que você sabe que vai te dizer “Sim, vai fundo!” Ore e pense em quem da sua família e do seu círculo de amigos são cristãos e vão estar com você em oração sobre esse relacionamento.

Procure sempre o conselho de um pastor (ou esposa de pastor). Eles poderão lhe dar conselhos práticos e espirituais que possam lhe fazer entender como se sair bem nessa situação.

Vou falar um pouco a história do meu relacionamento que tem haver com essa abordagem virtual:

Eu conheci o William em Julho de 2011, bom, como algumas pessoas próximas sabem, eu costumo evangelizar mulheres nos Chats do site UOL, nas salas dos Evangélicos. Sim, acreditem, é lá onde podemos encontrar o maior número de pessoas desviadas e que deixaram de acreditar no Evangelho de Cristo, seja por decepção que sofreram na Igreja em que congregavam, ou frustração emocional com uma pessoa Cristã. E entram lá para difamar a Palavra, a Cristo e a Igreja, mulheres que se afastaram de Cristo pra viver relacionamentos baseados em prazeres da carne, por não acreditarem na promessa de que Deus tem alguém especial para a vida delas. Geralmente eu entro nesses Chats aos sábados à noite com o nick Preciosa (se alguém ver, já sabem. rs) para tentar resgatar essas mulheres. E como já é de se imaginar, muitos homens acabam se aproximando para falar alguma besteira, outros querendo apenas conversar, mas sempre mantive uma posição de Missionária naquele momento. Mas teve um dia, em que as mulheres estavam me rejeitando e apareceu uma pessoa, de forma muito cordial, pedindo para conversar, e eu expliquei o que estava fazendo no Chat e disse que não estava ali para procurar “homem”.

E essa pessoa insitiu em me convidar para apenas uma conversa, nada mais. Sem deixar de insistir nas mulheres que estavam me ignorando eu iniciei uma conversa que para mim foi muito edificante naquele dia. Nada de: - Oi gata, podemos tc? Tem msn? Tem cam? Como você é fisicamente? (Por essas e outras sempre fiquei longe de chats.)

Mas enfim, iniciamos uma amizade desde ali, trocamos msn e rede social, e depois de 1 mês marcamos de almoçar juntos e para consolidar aquela amizade.

Trocamos números de telefone e continuamos a nos falar diariamente. Ele começou a se mostrar interessado em iniciar um namoro, mas amadas, eu não podia iniciar algo assim pela minha vontade, pela carência de estar tanto tempo sozinha. Eu precisava de algo mais sólido vindo de Deus. Foi quando eu propus 5 meses de amizade, para nos conhecermos melhor sem o peso de um namoro onde duas pessoas ficam o tempo todo mostrando que são perfeitas. No inicio ele reclamou um pouco, por não sermos mais adolescentes, (eu tenho 29 anos e ele 35), mas eu não abri mão, e disse que se ele não quisesse pagar esse preço por mim, alguém pagaria.

É como a abençoada Pastora Sheeva costuma dizer em suas pregações: “Se não for pra ser amigo, não serve pra ser marido.”

Então ele aceitou, respeitou e depois de muita oração, muita confirmação na palavra, muita observação, enfim, depois desses 5 meses marcamos de oficializar o compromisso. E eu posso afirmar com toda certeza que valeu a pena cada dia de conversa, cada dia de oração, de confirmação. Porque eu pude finalmente começar algo com alguém que eu estava gostando e conhecia as qualidades e defeitos, mas preste atenção nesse detalhe: Esses defeitos tem que ser suportáveis, defeitos que possam ser relevados, e isso varia de pessoa para pessoa.

Por exemplo: Vamos supor que o rapaz ameee ouvir Funk Gospel, e você não pode “suportar”, não consegue ouvir nem de longe. Você faz o estilo mais Adoração, mais romântico ou Rock.

Como que você vai conviver com isso? Vai querer mudar o gosto dele?
Não amada, como diz o versículo chave dessa mensagem: A vontade de Deus é boa, agradável, e perfeita. Tudo que foge disso não pode ser da vontade de Deus. Busque entender isso.

(…) mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2).

Você não pode iniciar um relacionamento já com a pretensão de querer mudar a outra pessoa, ela tem que ser o seu número. E afirmo que essa pessoa não será perfeita, ninguém é, mas os defeitos não podem ser “insuportáveis”a ponto de tirar a sua paz, algo que possa te trazer problemas no futuro.

Pare antes de começar qualquer coisa, e se faça as seguintes perguntas:

“O que essa pessoa tem que eu não poderia viver sem?”

“O que essa pessoa tem (característica ou situação) que seria ruim num futuro casamento?”

Faça uma lista de tudo de bom e ruim e examine essa lista com muito cuidado.

Você não conhece a pessoa o bastante para fazer a lista – principalmente no lado ruim?
Então você precisa dar mais tempo a esse relacionamento. Todo mundo tem um lado ruim e se você não consegue encontrá-lo, então eu acho que você não conhece essa pessoa de verdade.

É maravilhoso encontrar alguém com quem possamos orar e discutir as coisas de Deus. Esse é um ingrediente essencial para um relacionamento cristão saudável e de sucesso. Orações a distância, pelo telefone ou pela internet não é a mesma coisa que você orar com a pessoa ao seu lado. Mas cuidado: oração requer intimidade e eu sugiro que esse nível de oração não deve ser compartilhado em um estágio inicial de relacionamento. Essa intimidade pode acabar mascarando outras coisas que você deveria estar observando.

Uma outra coisa: seu relacionamento é uma relação de companheiros ou um dos dois está sempre dando e outro recebendo?

Suas conversas normalmente giram em torno do que agrada a vocês ou um dos dois é centralizador e continuamente traz a conversa para si próprio?
Relacionamentos devem ser momentos saudáveis de carinho e compartilhamento e não só coisas que fazem vocês dois se sentirem bem.

A Internet é um veículo maravilhoso para se conhecer pessoas. E também para se criar expectativas – e muitas vezes vão além da realidade. Deus pode usar a Internet para trazer alguém para sua vida. Ele tem feito isso com muitos, fez comigo e pode fazer o mesmo com você. No entanto, tenha cuidado com a “cegueira” emocional e não se apresse quando conhecer uma pessoa interessante. Dê tempo, faça questão de iniciar uma amizade primeiro e curta construir um relacionamento saudável e profundo. Veja como a pessoa é com seus amigos e sua família. Deus vai revelar Sua vontade a você aos poucos, e seja qual for ela, não abra mão de faze-la.