Houve uma morte, morte de cruz.
Apenas aquele amor poderia trazer vida àquela morte, apenas ele poderia salvar
em meio à condenação. A ordem foi dada, mas não emanou de um trono de ouro, e
sim, de um trono de cruz. Não o puderam compreender, porque a luz vinda do
madeiro apenas pode ser vista pela fé.
Que luz ofuscante emana daquela
cruz, tanto o é que continua a nos ofuscar pelo Espírito. O sangue foi
derramado, mas continua lavando as minhas mãos. Meu coração alcançado por um
amor tão poderoso que abafou os gritos daquela dor.
Como posso ouvi-los e me
alegrar? Como posso ser motivado a morrer também quando a dor me parece
insuportável? Não faz sentido querer passar pela cruz quando vejo toda a dor
causada por pregos e espinhos, mas esse amor não faz sentido, ele simplesmente
queima e me chama a morrer nessa cruz todos os dias, pois posso enxergar o amor
e muito melhor é esse amor do que a vida.
Eu não quero apenas me lembrar da
cruz, eu quero que ela arda no meu peito a cada lágrima que vejo ao meu redor,
quero que ela arda ao ponto de me conduzir ao lugar daquele que perdoou quando
se viu abandonado, triunfou em meio à maior humilhação. Eu perdoo na esperança
de revelar a cruz aos que me persegue, amo para que todos possam ver um amor
que tudo sofre tudo crê, tudo espera e tudo suporta. Não preciso esperar por
nada, pois pela cruz enxergo que foi consumado e minha vitória já aconteceu.
Por Hugo Sobral Silva
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