Somos vigiados 24h por dia. No trânsito, nos shoppings, nas lojas, nos restaurantes, nos elevadores. Para onde se olha se encontra uma câmera filmando nossas atividades. Olhando pelo ângulo da segurança é bom. Mas o olhar digital extrapolou os limites da segurança. Invadiu a privacidade de cada um.
Chore, você está sendo filmado, fotografado e raqueado. O vazamento de fotos e a tentativa de extorsão à atriz Carolina Dieckman são emblemáticos quanto a falta de privacidade no mundo digital. Esta geração que se julga muito esperta quando o assunto foca as redes sociais, deveria considerar alguns pontos desta realidade.
Preste atenção nestas afirmações da repórter Leslie Leitão: Rigorosamente tudo o que está no seu computador é passível de ser visto por todo mundo. Mesmo sabendo disso, pouquíssima gente resiste à tentação de compartilhar intimidades e guardar imagens e informações privadas em laptops, tablets e celulares, na ilusão de que está num ambiente seguro. Não está.
Algumas versões já surgiram sobre como as fotos da atriz foram parar em sites pornográficos. Para nós não vem ao caso como. O que interessa é que vazou. E vazou o que não devia, fotos íntimas que hoje, 14.05.2012, segundo matéria do UOL, mais de 8 milhões de acessos já foram computados nas referidas fotos. Tudo produzindo desgaste, vergonha e constrangimento.
Redobrar a atenção e mudar hábitos pode ajudar a muitos. O que esta geração anda fotografando, filmando, conversando e compartilhando é de assustar. Antigamente a chamada vida dupla acontecia em ambientes fora de casa. Além destes, que continuam sendo uma das opções para se ter uma vida dupla, muita gente tem desenvolvido uma outra vida no mundo digital. O erro só mudou de geografia, mas continua sendo um erro.
Erros, mentiras, falsidades, perversidades, abusos, calúnias, sacanagens, fofocas, enfim, pecados sempre acabarão por serem descobertos. Não se iluda, não existe pecado seguro, não existe zona segura para a prática do pecado, vivemos num mundo caído e totalmente contaminado. Existe sim uma acomodação e conformação com o pecado que acaba por gerar um tipo de ilusão que o mesmo é seguro, não é. É só uma sensação de segurança, o que é bem diferente de segurança.
Clicar ou não clicar? Acessar ou não acessar? Compartilhar ou não compartilhar? Deletar ou não deletar? Abrir ou não abrir o arquivo? Enviar ou não enviar? Conversar ou não conversar? Filmar ou não filmar? Se mostrar ou não se mostrar? Fotografar ou não fotografar? Eis as questões. Escolha certo hoje para não chorar amanhã.
Por Edmilson Mendes
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