Ilustração sobre: "Três Razões pelas quais Cristo Sofreu e Morreu"
I. Para que morramos para o pecado e vivamos para a justiça
“… carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos
pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça” 1
Pedro 2.24
Por mais estranho que pareça, a morte de Cristo em nosso lugar e por
nós significa que nós morremos. Talvez alguém pense que ter um
substituto para morrer em seu lugar significa que ele escapa da morte. É
claro que escapamos da morte. Da morte eterna de miséria sem fim e
separação de Deus. Jesus disse: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais
perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” ao 10.28). “Todo o que
vive e crê em mim não morrerá, eternamente” ao 11.26). A morte de Jesus
realmente significa que todo o que nele crê não perece, mas tem a vida
eterna ao 3.16).
Mas existe outro sentido em que morremos precisamente porque Cristo
morreu em nosso lugar e por nossos pecados. “Carregando ele mesmo em seu
corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os
pecados…” (lPe 2.24). Ele morreu para que vivamos; e morreu também para
que morrêssemos. Quando Cristo morreu, eu, como crente em Cristo, morri
com ele. A Bíblia é clara: “fomos unidos com ele na semelhança da sua
morte” (Rm 6.5). “Um morreu por todos; logo, todos morreram” (2Co 5.14).
A fé é a evidência de que estamos unidos em Cristo dessa maneira
profunda. Os crentes foram “crucificados com Cristo” (GI 2.20). Olhamos
para trás, para sua morte, sabendo que na mente de Deus nós estávamos
lá. Nossos pecados estavam sobre ele e a morte que merecíamos acontecia
nele. O batismo significa essa morte com Cristo. “Fomos, pois,
sepultados com ele na morte pelo batismo” (Rm 6.4). A água é como um
túmulo. recebê-la é um retrato da morte. Tê-Ia recebido é retrato de
nova vida. E tudo isso é um retrato do que Deus está fazendo “pela fé”.
“Tendo sido sepultados com ele no batismo, fostes ressuscitados mediante
a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Cl 2.12).
Sendo assim, ser cristão significa morte para o pecado. O velho eu
que amava o pecado morreu com Jesus. O pecado passa a ser como uma
prostituta que não é mais bonita. Ela é quem matou o meu Rei e a mim
mesmo. Assim, o crente está morto para o pecado, não é mais dominado por
seus atrativos. O pecado, a prostituta que matou meu amigo, não tem
mais apelo. Tornou-se meu inimigo.
Agora em novidade de vida sou movido pela justiça. “Carregando ele
mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós…
vivamos para a justiça” (1 Pe 2.24). A beleza de Cristo, que me amou e
se entregou por mim, é o desejo de minha alma. E sua beleza é a justiça
perfeita. O mandamento que agora amo obedecer é este (e eu o convido a
atender comigo este mandamento): “… oferecei-vos a Deus, como
ressuscitados dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como
instrumentos de justiça” (Rm 6.13).
II. Para que morramos para a lei e frutifiquemos para Deus
“… meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do
corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que
ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus.”
Romanos 7.4
Quando Cristo morreu por nós, nós morremos com ele. Deus olhou para
nós que cremos como quem está unido a Cristo. Sua morte por nossos
pecados foi nossa morte nele. Mas o pecado não foi a única realidade que
matou a Jesus e a nós. A lei de Deus também o fez. Quando quebramos a
lei pelo pecado, a lei nos sentencia à morte. Se não houvesse lei, não
haveria castigo. Onde não há lei, também não há transgressão (Rm 4.15).
Mas “… tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale
toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus” (Rm 3.19).
Não havia como escapar da maldição da lei. Ela era justa e nós éramos
culpados. Só havia um modo de nos libertar. Alguém tinha de pagar a
pena. Foi para isso que veio Jesus. “Cristo nos resgatou da maldição da
lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar” (Gl 3.13).
Sendo assim, a lei de Deus não pode nos condenar se estivermos em
Cristo. Seu domínio sobre nós é duplamente quebrado. Por um lado, as
exigências da lei foram cumpridas por Cristo em nosso favor. Ele guardou
perfeitamente a lei e isso foi creditado em nossa conta. Por outro
lado, a penalidade da lei foi paga pelo sangue de Cristo.
É por isso que a Bíblia ensina claramente que estar bem com Deus não é
questão de guardar a lei. “Ninguém será justificado diante dele por
obras da lei” (Rm 3.20). “O homem não é justificado por obras da lei, e
sim mediante a fé em Cristo Jesus” (G12.16). Não existe esperança de
estar em paz com Deus por guardar a lei. A única esperança está no
sangue e na justiça de Cristo, que é nossa somente pela fé. “Concluímos,
pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da
lei” (Rm 3.28).
Como, então, podemos agradar a Deus, se nos encontramos mortos para
sua lei e ela não mais nos domina? A lei não é a expressão da boa e
santa vontade de Deus? (Rm 7.12). A resposta bíblica é que, em vez de
pertencermos à lei, que exige e condena, agora pertencemos a Cristo, que
exige e concede. Anteriormente, a justiça nos era exigida do lado de
fora, em letras escritas na pedra. Mas agora a justiça surge de dentro
de nós como um desejo no nosso relacionamento com Cristo. Ele está
presente e é real. Pelo seu Espírito ele nos auxilia em nossa fraqueza.
Uma pessoa viva substituiu uma lista letal. “A letra mata, mas o
espírito vivifica” (2Co 3.6).
Por essa razão a Bíblia diz que o novo caminho da obediência é
frutificador, e não guardador da lei. “… meus irmãos, também vós
morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para
pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a
fim de que frutifiquemos para Deus” (Rm 7.4).
III. Para nos capacitar a viver para Cristo e não para nós mesmos
“Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória.” João 17.24
“Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si
mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” 2 Coríntios
5.15
Muitas pessoas se perturbam com a idéia de que Cristo morreu para
exaltar a Cristo. Em sua essência, 2 Coríntios 5.15 diz que Cristo
morreu para que vivamos por ele. Noutras palavras, ele morreu por nós
para que nós o valorizemos muito. Ou seja, Cristo morreu para Cristo.
Ora, isso é verdade. Não é um jogo de palavras. A essência do pecado é
que não conseguimos glorificar a Deus. Isso inclui não glorificar ao
Filho (Rm 3.23). Mas Cristo morreu para levar sobre si esse pecado e nos
livrar do mesmo. Ele carregou a desonra que havíamos amontoado sobre
ele com nosso pecado. Ele morreu para dar a virada nisso. Cristo morreu
para a glória de Cristo.
Cristo é único. Ninguém mais consegue agir dessa maneira e chamá-la
de amor. Cristo é o único ser humano do universo que também é Deus,
portanto, de valor infinito. Ele é de beleza infInita em toda a sua
perfeição moral. É infinitamente sábio, justo, bom e forte. “Ele … é o
resplendor da glória e a expressão exata do … Ser [de Deus], sustentando
todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3). Vê-Io e conhecê-lo
satisfaz mais do que possuir todos os bens da terra.
Aqueles que o conheciam melhor disseram o seguinte:
“… o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de
Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade
do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi
todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp
3.7,8).
“Cristo morreu para que vivêssemos por ele” não significa “para que o
ajudássemos”. [Deus] “não é servido por mãos humanas, como se de alguma
coisa precisasse” (At 17.25). Nem Cristo. “… pois o próprio Filho do
Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em
resgate por muitos” (Mc 10.45). Cristo morreu, não para que pudéssemos
ajudá-lo, mas para que o pudéssemos ver e prová-lo como de valor
infinito. Morreu para nos desmamar dos prazeres venenosos e nos enlevar
com os prazeres de sua beleza. Nisso somos amados e ele é honrado. Não
são objetivos que competem entre si. São o mesmo.
Jesus disse aos seus discípulos que tinha de ir para que pudesse
enviar o Espírito Santo, o Ajudador (Jo 16.7). Passou então a lhes dizer
o que o Consolador faria quando viesse: “Ele me glorificará” (Jo
16.14). Cristo morreu e ressurgiu para que o víssemos e o
glorificássemos. É essa a maior ajuda que existe no mundo. É amor. A
oração mais repleta de amor feita por Jesus foi: “Pai, a minha vontade é
que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que
vejam a minha glória” (Jo 17.24). Foi para isto que Cristo morreu. Isto é
amor. Sofrer para nos conceder prazer eterno, ou seja, ele mesmo.
Autor: John Piper
Fonte: John Piper
Fonte: John Piper
Nenhum comentário:
Postar um comentário