Casamento e juventude não são incompatíveis. Especialmente
se temos a verdadeira noção de virtudes como o domínio próprio, o amor, a
lealdade e o respeito.
Decidi descobrir cedo o que é formar uma família e por que
isso vale a pena. Aos 22 anos, resolvi me casar; casei-me aos 23. Apesar da
manifestação de muitos sobre a precocidade da decisão e da responsabilidade na
qual eu estava “me metendo”, concluí que era o meu tempo, a minha vez.
Ouve-se que a família é uma instituição divina e que Deus a
ama, mas percebo que poucos cristãos — tanto meus contemporâneos quanto os mais
antigos — valorizam de fato a constituição de uma família como uma “província”
do reino de Deus. Muitos acabam por encarar o casamento como uma fuga para a
solidão ou como um destino do qual não se pode escapar por causa da tradição.
Sendo assim, aconselham: “Aproveite sua juventude, deixe pra casar mais
tarde!”.
Uso a expressão “província” porque acredito que um lar é um
nicho de fortalecimento para a vida cristã. Muitas virtudes precisam ser
aprendidas e cultivadas na família e dela “partimos” para os demais desafios do
mundo. Nós cristãos, jovens ou velhos, precisamos crer nisso. É preciso
entender que Deus trabalha nosso senso de comunidade de forma grandiosa dentro
da família.
Esse e alguns outros motivos me moveram a iniciar essa
jornada. Optei por dedicar a energia da minha juventude à construção de algo em
que realmente acredito. Após dois anos de casamento, tenho certeza, a cada
manhã, de que não tenho desperdiçado minha vida. A decisão de aproveitá-la a
dois foi muito boa. Os passos tornaram-se mais firmes e seguros no caminho da
vida familiar. Sim, é melhor serem dois do que um! Eu e meu marido somos
fortalecidos pelo amor e pelo serviço, pelas admoestações mútuas, pelas
alegrias compartilhadas, pelo choro consolado e pelas dificuldades enfrentadas.
São as trivialidades da vida, mas vividas a dois.
Não afirmo, no entanto, que os jovens devam se casar ao
primeiro ímpeto de “este é o amor da minha vida”. Antes, devem avaliar a fase,
a história de vida, a opinião da família, as condições — especialmente as
emocionais — entre outras coisas. O casamento é uma decisão séria que traz desafios
e exige maturidade.
Porém, casamento e juventude não são incompatíveis.
Especialmente se temos a verdadeira noção de virtudes como o domínio próprio, o
amor, a lealdade e o respeito. E também a noção de que permanência e
durabilidade são palavras nobres, diferentemente do que se diz. É uma alegria
poder desfrutar da juventude com a certeza de que o casamento é para a glória
de Deus e para a proclamação de sua glória às próximas gerações. Isso também é
curtir a vida.
Fonte: Ultimato jovem- Ivny Monteiro de Castro Nazareth
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